Apesar de alguma incompreensão por parte de alguns habitantes de Milfontes, é inegável que a vida nocturna da vila teve, no passado, um papel importante na atracção de visitantes para a localidade. Num espaço temporal, não muito distante, era frequente durante o inverno, assistir à chegada de grupos de gente jovem, atraídos por um conjunto de factores irresistíveis. A juntar à beleza natural envolvente, ao carisma ainda pitoresco da vila, à familiaridade do ambiente, existia uma das noites mais agradáveis a sul do Tejo.
A presença de gente de fora e o arrastar de muita gente das localidades mais próximas, era a garantia de uma agitação que não se vê nos dias de hoje. Mesmo, entre aqueles que possuem casas de férias em Milfontes, as visitas tornaram-se menos regulares. Como amigos nestas condições já me confidenciaram, levar actualmente um grupo de amigos a passar um fim-de-semana em Milfontes, é sinónimo de passar a maior da noite em casa, por falta de alternativas.
Responsabilidades pelo declínio da vida nocturna? Ninguém fica imune. As autoridades competentes, porque não se ocuparam devidamente do tema, nem perceberam a amplitude da sua importância. Os empresários do meio, porque não conseguiram acompanhar a evolução natural do mercado. A maioria dos habitantes, pela intolerância mostrada em relação a esta actividade.
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